Nota de esclarecimento à população brasileira e empregados Caixa

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FENAG – Federação Nacional das Associações de Gestores, tem se posicionado sempre em defesa da CAIXA, como no caso da campanha nacional pela manutenção da CAIXA 100% PÚBLICA.


Contudo, além do dever de defesa da Caixa como patrimônio  da sociedade, a Federação deve atuar sempre na defesa de todos os empregados, e não somente aos gerentes que a si são associados.


É preciso enfatizar que, como os demais empregados, são os gerentes as pessoas que transformam as políticas públicas do Governo Federal em AÇÕES, e as entregam de maneira exemplar ao povo brasileiro, a despeito de todos os problemas estruturais que a Caixa apresenta.


Muito se tem dito sobre os esforços dos profissionais de saúde, dos policiais e bombeiros, com toda a razão e merecimento.


Ao contrário, lamentamos que, ao menos até o presente momento, não tenha havido o devido reconhecimento, por parte da Direção da Caixa, aos verdadeiros esforços de guerra empreendidos por todos que estão no front (interno e externo) de atendimento aos milhões de brasileiros que vêm, dia a dia, buscando a Caixa pelos recursos necessários, que lhes dê algum alento neste momento tão difícil.


Sem esta iniciativa por parte da Direção da Caixa, a realidade constituída pelos imensos esforços de seus empregados não vira notícia; se não vira notícia, a sociedade brasileira infelizmente desconhece como todos, empregados e gerentes da Caixa, estão trabalhando arduamente para minimizar a situação de penúria e desespero de tantos, hoje, em nosso Brasil.


Mais até: desconhece a sociedade que as condições de trabalho dos empregados Caixa, hoje, estão absolutamente deterioradas.


O que a sociedade desconhece é que essa “conta social” vem sendo paga pelos próprios empregados e gerentes da Caixa, à custa de adoecimento, sacrifício e submissão a rotinas que podem ser reputadas como verdadeira situação de assédio moral.


Nos últimos meses, a FENAG encaminhou vários ofícios propositivos à CAIXA, em vão.


Há cerca de 15 dias, o último destes ofícios abordava situações aflitivas, vividas por todo o corpo funcional da empresa, sobretudo os nossos gerentes nas unidades de ponta, novamente sem resposta.


Isso surpreende a Federação: ora, embora sempre esteja divulgando nas mídias (internas dos empregados) que a EMPRESA se preocupa com os seus “HERÓIS DE CRACHA” (a expressão é da própria Direção da Caixa), nenhuma resposta sequer foi dada ao referido oficio!


A partir de ontem, ficamos estarrecidos com o volume de reclamações que tem nos chegado, através das AGECEF de todo País, denunciando o fato de que os Gerentes Gerais das unidades vêm recebendo, por telefone, a determinação de compensar as horas extras dos empregados das agência, uma vez que a dotação para tal pagamento estaria extrapolada.


Pior: ainda hoje, chegaram novas denúncias de convocação por telefone, aos gerentes das unidades que estarão fechadas amanhã, a se dirigirem para trabalhar em unidades que estarão funcionando. Alguns deles precisarão se deslocar para outras Cidades, E TUDO ISSO SEM FORMALIZAÇÃO ALGUMA, com o nítido intuito de dificultar, no futuro, a prova sobre a justa paga pelos trabalhos prestados!


Desde o início da Pandemia e dos pagamentos do Auxilio Emergencial, os gerentes são obrigados a comparecer na agência as 07 horas da manhã, registrando fotos das unidades e obrigados a permanecer, no mínimo até as 17 horas para assistir a vídeos ao vivo (lives) que se iniciam após as 16 horas, muitas vezes sem nem conseguir intervalo para almoço. Muitos estão estendendo as jornadas para além das 21h, 22h, todos os dias, já em casa, de modo a dar conta de todas as rotinas da agência. Uma rotina diária de 15h que muitos de fato praticam, sem o devido descanso, está exponenciando as situações de adoecimento e estafa.


Nada vem sendo feito nesse sentido – muito ao contrário! De maneira incrível e totalmente incompatível com a realidade de pandemia em que vivemos, a Caixa resolveu aumentar as metas de produtividade, impondo limites que beiram o absurdo – há produtos em que a meta foi “dobrada para 200%”, num momento em que os clientes estão fragilizados e os recursos sumiram de circulação!


Infelizmente, verifica-se que, nessa atual administração da empresa, é imposta uma verdadeira ditadura da alta Diretoria da Caixa em Brasília, em qualquer oportunidade de expressão concedida. Os Superintendentes Regionais, os Superintendentes Executivos, os Gerentes Gerais, os Gerentes de Carteira, os Gerentes de Varejo, ninguém tem direito a se expressar, a opinar, a organizar suas Unidades conforme a realidade local. A alta administração da empresa DETERMINA. E ninguém pode questionar. São DIRETRIZES.


Nossos gestores estão sendo submetidos nos últimos tempos a todo tipo de pressão, muito claramente explicitadas no nosso último ofício.


Precisamos lembrar que estamos lidando com seres humanos, que têm família, que têm sentimentos, que estão expostos a contágio da covid-19, a problemas psicológicos e uma série de doenças profissionais, que podem acometer as pessoas trabalhando por um longo período de tempo, expostos a tais riscos.


Os relatos são muitos! O sofrimento é grande! As pessoas não se sentem confortadas apenas com PALAVRAS DE ELOGIOS, soltas ao vento em vídeo interno da Caixa! É preciso trazer para a prática! Não podemos mais esperar. Precisamos ser ouvidos! Mudanças neste cenário precisam ocorrer! Urgentes!


 


Brasília, 24 de julho de 2020


 


FENAG E AS 31 AGECEF REGIONAIS BRASILEIRAS


 


 


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